Em que momento você descobriu que existir neste mundo em que vivemos é uma missão bem difícil de ser colocada em prática por todos os dias de nossas vidas? Cada um à sua maneira. Algumas pessoas ficam idealizando um tipo de vida que sequer sabe se existe alguma chance de realmente ser assim ou assado, outras pessoas passam a vida inteira sem saber que viver é difícil para todos, mas há quem acredite que somente a própria existência é que é difícil. Cicatrizes, dores, traumas são coisas de quem existe, de quem está vivo, para os mortos não faz o menor sentido ter ou não cicatrizes, dores, traumas, problemas são atributos de quem vive! Às vezes é preciso dizer o óbvio! Sentir dores são coisas que acontecem com quem ainda existe, de quem ainda está vivo!
Algumas pessoas passaram por dificuldades na infância, dificuldades financeiras, emocionais, intelectuais e inúmeras outras coisas que estão ligadas a própria sobrevivência, o mais comum é ter problemas, problemas são acontecimentos que deixam marcas, cicatrizes, isso é fato. Independentemente de serem pontuais ou esporádicos, normalmente acontecimentos que marcam são aqueles que estão sempre no topo da lista de traumas, porém, se algo terrível acontece com frequência na vida de uma pessoa, mesmo não tendo sido como algo pontual, também pode acabar por deixar marcas profundas e muito sentidas para o resto da vida de quem passou pelo fato, isso sempre depende de pessoa para pessoa, é importante reforçar que nem sempre problemas que acontecem de maneira constante se transformam em traumas profundos, a visão de cada um interfere nos resultados de tais percepções, é certo que sempre é possível encontrar algum acontecimento esporádico ou muito raro que tenha causado traumas e que às vezes ficam nos porões do subconsciente, escondidos, outros não, de tal maneira que a pessoa desde cedo já percebe a dificuldade de se manter viva mesmo não tendo muita consciência do tema em específico. Manter-se vivo com um mínimo de dignidade, deixando os valores intocados, preservados, é um desafio e tanto para todos, sem exceções, isso sem considerar quando as vontades pessoais interferem na equação de maneira preponderante. Quanto a ter ou não acesso às coisas mais básicas da vida, isso já depende de como cada um percebe a importância de cada coisa. Acontece que o mesmo muro pode parecer mais intransponível para algumas pessoas do que para outras.
Vitimismo pode ser confortável à princípio, mas a longo prazo gera problemas de subdesenvolvimento intelectual e emocional. Toda pessoa que tem pena de si mesma tem grande chance de se transformar em uma pessoa derrotada por natureza, isso praticamente se dá como coisa certa para quem sente autopiedade. Os resultados negativos aparecem ao longo da vida, mesmo que em alguns casos seja um tipo de disparo mental de gente oportunista, e que assim, como uma criança que aprende desde cedo que “quem não chora não mama”, oportunistas aprendem a subtrair do outro algo que esteja ligado à própria sobrevivência. O próximo passo é agir sempre com oportunismo, independentemente de considerarmos se os traumas são ou não passíveis de compaixão, às vezes tudo não passa de exagero, tudo para tirar um pouco de vantagem do sentimento de piedade dos outros. Gente assim não se incomoda em viver na lama desde que consiga sobreviver do suor do outro, algo que tradicionalmente já é repudiado pela sociedade desde os tempos mais remotos a ponto de constar na Bíblia em Gênesis 3:19, que diz “com o suor do teu rosto comerás o teu pão…” indicando que a sobrevivência e a subsistência devem depender do próprio esforço.
Gente assim tende a ser como um chupim, um vampiro, são justamente esses tipos que se agarram com mais facilidade em ideologias demoníacas que pregam o vitimismo, a esculhambação da sociedade, o vampirismo de quem não se incomoda em sugar o sangue de quem quer que seja, e existem vários tipos de parasitas; os vampiros ideológicos, os de colarinho branco, os drogados, os prostituídos, os mendigos, os progressistas (esquerdistas de todos os tipos), os invejosos, os preguiçosos, os que odeiam trabalhar, os que adoram transparecer falsa virtude, os miseráveis que não amam a nada e a ninguém, os impiedosos que não se incomodam de matar quem pensa diferente, os oportunistas que não perdem nenhuma chance em pisar na cabeça das pessoas para conseguir o que querem, e ainda tem aqueles que conseguem juntar todas essas características em uma só pessoa, um grande feito da miséria humana, é claro!
A lista é grande! Melhor parar por aqui porque, independente do que eu possa escrever, a vida vai continuar a ser um evento maravilhoso, mas que, infelizmente, a dor vai continuar a fazer parte, vai continuar existindo, então, certamente, é melhor passar a vida sorrindo do que chorando! Pare de fantasiar! Por que viver dói mesmo! E dói para todos! Cada um à sua maneira!