Estipular que existem dois tipos de pessoas no mundo não é missão muito difícil de ser concretizada, é até um pouco fácil, porém, costuma ser uma ação um pouco imprecisa, por tanto, reservo-me no direito de pensar assim de maneira aparentemente simplista justamente porque é possível fazer tal análise sem nenhum prejuízo significativo ao entendimento do conteúdo ou de profundidade, e acreditando que seja mesmo possível encontrar alguma coerência na análise, sem prejuízo com o sentido, mesmo estando intencionalmente sendo comprimindo os temas, compactando-os, fechando em poucas palavras a fim de facilitar os caminhos, assim, as possibilidades relacionadas ao comportamento humano e ao entendimento das coisas que cada pessoa pode ter ou atuar no mundo vai ganhando alguma forma, ao menos inicial, e a fim de evitarmos confusões desnecessárias, deixaremos de lado a tentação de fazer combinações das quais – mesmo que sejam possíveis e bastante comuns, tanto quanto viáveis, reais e aparentemente repletas de lógica – ficaremos no ponto do “quanto mais simples, melhor”, pois as combinações podem atrapalhar o desenvolvimento da ideia central do tema aqui abordado; que é o de demonstrar que é possível identificar as pessoas em micro grupos comportamentais extremamente resumidos com seus respectivos pares de opostos. Como se fizéssemos um tipo de planilha a ser imaginada pelo leitor, onde será colocado do lado esquerdo o que for de comportamento negativo e o que for positivo será colocado do lado direito, mas somente em imaginação, não haverá aqui nenhuma figura ilustrativa para ajudar na representação.

Apesar de ser muito comum que algumas pessoas possam apresentar comportamentos contraditórios, podendo assim ter gente que flutue entre ideias como; ser um pouco revolucionário e ao mesmo tempo ser um pouco conservador ou mesmo liberal, e, por mais estranho que isso possa parecer, a grande maioria das pessoas desconhece os limites entre certas teorias e seus sistemas, ou seja, vale a máxima de que “na prática, a teoria é outra”, pois a confusão entre os entendimentos ocorre com muita facilidade.

Então vamos começar com o 1º tipo, que é o das pessoas “boas”, que é praticamente “cem por cento da população humana” que se vê como sendo do bem, em tese, assim todo mundo é “bom”, e logo de início percebemos que esse é um engano muito fácil de ser cometido (o diabo também pensa que ele mesmo representa o bem), porque se assim fosse algo com resultados práticos na vida real, o mundo não estaria chafurdado em maldade, logo, podemos concluir que o primeiro problema é de ordem de conhecimento (principalmente de autoconhecimento), pois, o que ocorre é justamente o contrário do que a maioria consegue perceber, ou seja, a  grande maioria das pessoas no Planeta Terra são seres errantes que não conseguem conhecer a si mesmas, e se o diabo é o cara que menos tem consciência da própria personalidade maligna, podemos ter a primeira conclusão de que “quanto menos a pessoa conhece a si mesma, mais ela estará próxima de agir feito um demônio!”. Reforçando que do lado esquerdo da nossa planilha imaginativa teremos sempre o tipo negativo, porém, nessa fase ainda é possível encontrar os dois tipos um pouco embaralhados, misturados, “juntos”. Gente negativa acredita em si mesma como se fosse um tipo positivo, um falso positivo, sempre agindo de maneira cega, pois com facilidade acredita na própria bondade (suposta bondade). A falsa bondade é um acontecimento que existe desde o início da humanidade, quase com a totalidade de toda a população do mundo vendo a si mesma como algo que não corresponde à realidade, quando muito ainda apresenta uma falsa superioridade moral, e gente positiva também pode cair nesse erro. No 2º tipo do perfil negativo estão os invejosos, aqui já começa a ficar mais fácil de distinguir as pessoas negativas das pessoas positivas, mas nessa mesma linha de “não conhecemos a nós mesmos”, podemos dividir a humanidade entre os invejosos e os não invejosos, porém, nesse caso ainda está um pouco complicado, porque também ocorre o problema da falta da devida consciência diante dos próprios atos, então, vamos para a questão da mentalidade, do comportamento antes do ato, sendo que a priori iremos considerar como sendo invejosos somente aqueles que querem algum mal do outro, camuflado, disfarçado (quase colocando uma ação prática de destruição do outro), mas não fazem nada de muito concreto (desejam, mas não executam), uma pequena inveja passageira e “inocente” pode não causar dano a nenhum dos lados, mas tem um subgrupo um pouco pior que consegue fazer mais de uma coisa ruim ao mesmo tempo, tem os que não se sentem incomodados em invejar como também em roubar, destruir (tudo de caso pensado), fazem coisas para pegar para eles o que não lhes pertence. Nesse caso, já estamos no 3º tipo, que é o grupo da inveja advinda do ladrão, ou seja, a do invejoso e ladrão que agem com consciência adulterada, tudo premeditado, tudo ao mesmo tempo (ou não, isso não importa), pois seus resultados geram prejuízos. Agora as coisas começam a ficar mais claras, os resultados de suas ações costumam ser muito ruins independentemente do sucesso como invejoso e ladrão. Assim, de um lado já temos os malvados que não se acham malvados e que são invejosos, e ainda temos os malvados invejosos que, além de serem malvados, também são ladrões, mas que obviamente não se percebem assim.

Do lado direito temos as pessoas verdadeiramente do bem, é muito raro esse tipo de gente sentir inveja, pode acontecer, mas seus pensamentos ruins não costumam dar em nada, certamente são pessoas que sabem que sentir inveja não faz bem, principalmente para o invejoso, e quando acontece lutam para mandar o pensamento para longe, e além do mais, são pessoas que sabem que nós não somos capazes de reconhecer nenhum Estado de Graça em nós mesmos, e por isso um ser verdadeiramente bom, com boas e reais intenções de praticar o bem, deve estar o tempo todo atento para não cair em erro, sendo assim, o Bem é algo que se pratica o tempo todo sem pensar a quem. Depois vem a questão de que uma pessoa do bem muito raramente sente inveja de quem quer que seja e, por conseguinte, nunca quer absolutamente nada que seja do outro, ou seja, quer para si apenas o que já lhe é de direito, conquistado por meio do próprio trabalho. Logo, uma pessoa dessa altivez jamais irá roubar um alfinete de ninguém, porém, é possível ainda encontrar quem transite pela inveja sem se perceber como invejoso.

No 4º tipo temos os justiceiros e os injustiçados  – são pessoas que dependendo da oportunidade, do local e da razão, fazem o papel de um ou de outro, às vezes de ambos ao mesmo tempo, não há demônio no mundo que não se sinta injustiçado por algum acontecimento ou por alguém, pessoas assim são extremamente ególatras e acreditam que o mundo gira em torno delas (ou que assim deveria ser), e por isso vivem falando em justiça, mesmo quando suas atitudes e ideias são análogas as de um ladrão e malfeitor, se acham acima do bem e do mal, e com alguma variação de intensidade são vingativos, pois gostam de acreditar que todo o mal feito ao outro é justificável frente as suas falsas virtudes, e assim, já damos o passo seguinte para o 5º tipo) – chegamos ao “cagador-de-regras”, aquele que vive sinalizando falsa virtude o tempo todo, adora impor algum tipo de burocracia para poder se sentir valorizado, ama a ideia de interferir na vida dos outros, pois sendo pessoas muitos “altruístas” (eles ou elas), gostam de fazer parecer que são o suprassumo do bem na Terra, sendo que, com certa maestria, sabem fazer o papel do diabo. Quando são vegetarianos ou veganos, ficam tentando transparecer superioridade moral e, se possível, tentam impedir que os outros comam carne. É praticamente o auge da hipocrisia, sempre repletos de idiotices e arrogâncias, tudo ao mesmo tempo. Depois vem a questão dos materialistas, esse é o 6º tipo, costumam ser ateus que têm na crença da matéria suas falsas religiões, são estes que adoram atacar quem acredita em Deus, atacam quem entende e respeita a questão do transcendentalismo, se incomodam com a crença do outro, mesmo quando não dizem nada. Os ateus (geralmente são materialistas e progressistas, mesmo sem saber reconhecer o que é um ou outro) indiretamente negam a si mesmos quanto aos dogmas do materialismo do qual tanto apregoam de maneira cega, sempre de maneira exacerbada estão a negar a si mesmos sendo o oposto do que dizem combater, rezam para o diabo acreditando que estão negando toda e qualquer religião, seguem assim a religião da matéria jurando que são incrédulos a qualquer crença, quando muito já estão presos ao paganismo sem nem perceber.

E ainda vale reforçar que não foram citadas nesta lista as questões das insatisfações humanas, das dores, das frustrações, de outros tipos de ressentimentos, das revoltas pessoais, dos alarmistas, dos ideólogos, das falsas crenças, das ideologias mascaradas de ambientalismos e outros ideologismos. A lista é longa!

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