Um ladrão que se preze, infelizmente, é isso mesmo, a frase pode parecer estranha, e é estranha, mas quem não sabe que a natureza errática do ladrão é a de eternamente tentar roubar alguma coisa de alguém?! Então, um ladrão que se preze deve ser também um bom mentiroso. O ladrão, no uso e prática de suas “funções”, jamais vai dizer às suas vítimas suas reais intenções, nem antes e nem depois de te roubar, talvez nunca diga as verdadeiras intenções, a não ser por um tipo de sarcasmo pós-sucesso em uma ou duas de suas ações, quando se sentir seguro de que não vai sofrer um contragolpe, sem correr o risco de ser pego, de sofrer uma retaliação ou de perder o saldo obtido de seu “trabalho”, talvez nesse momento conte alguma verdade, caso contrário, nunca. O ladrão sempre vai te ofertar vantagens, potenciais lucros, obtenção de algum possível privilégio. O ladrão, assim como o diabo, sempre vai te ofertar o paraíso. Não faz sentido algum que um ladrão vá te dizer a verdade, e também não faz sentido algum esperar que o diabo vá te prometer um lugar no inferno. Logo, tanto um quanto o outro (o ladrão ou o diabo) só podem obter boas chances de sucesso diante do ato de te contar uma historinha mentirosa. Talvez até seja uma historinha ruim, muita vagabunda, dependendo do lugar e da razão. A exigência do momento pode pedir mais ou menos “refinamento”. Mas uma coisa é certa, o mal precisa necessariamente te convencer de que o próprio mal não existe, assim, todo o caminho já fica pavimentado, o mal sorri diante da descrença dos homens quanto à infantil ideia de que o diabo não existe. Os progressistas nunca vão te prometer o inferno! E sempre vão te dizer palavrinhas bonitinhas para te convencer melhor e mais rápido. Você não precisa acreditar no diabo como uma coisa física, real, no sentido materialista. Toda vez que um advogado defender um assassino perigoso e confesso, ele faz o papel do diabo (aqui a “ética” profissional fica a cargo de cada pessoa). Toda vez que um jornalista se utiliza de sua posição para convencer pessoas a respeito de temas dos quais sabe de antemão que é tudo mentira, ele faz o papel do diabo. Toda vez que a sociedade protege um pedófilo, toda vez que um ladrão pego em flagrante é libertado quando todos sabem dos crimes que cometeu, toda vez que o direito de uma pessoa é negado ou quando alguém ri do outro por estar exercendo um direito, toda vez que um simples aluno é perseguido por um professor tirânico, toda vez que alguém deixa de ajudar uma pessoa que está sendo roubada, molestada, agredida; o diabo comemora.
O ladrão é apenas um dos muitos tipos de demônios (ou diabos existentes), e o demônio vence quando toda a sociedade abaixa a cabeça para coisas erradas, simplesmente porque prefere lavar as mãos, prefere relativizar algo imoral, “deixar pra lá!”, “dizer que aquilo não é comigo”, “não é da minha conta.”
Em um mundo em que os ladrões de todos os tipos não são punidos, o diabo faz festa e ainda sorri!
”Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; ao comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; ao perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”. Ayn Rand